Aresta Cosmiques – Alpes Franceses
Depois de descer do Mont Blanc a pouco mais de 1 hora de atingirmos o cume, o Fernando e eu fomos fazer umas escaladas em regiões mais baixas para que ele na sofresse os males do ar rarefeito.
A escalada mais bacana, que depois repeti com a Ana, num dia de clima muito melhor, foi a Aresta Cosmiques, cujo incentivo a Fernanda Mesquita Veloso nos deu e o Alexandre Mellek completou com as dicas, pois a havia feito dias antes.
A Arête Cosmiques segue o flanco esquerdo da Aiguille du Midi, para quem vê a montanha a partir do Valle Blanche.
Após sair do Teleférico, é necessário descer a aresta da Aguille du Midi que segue para o Valle Blanche, contornar a montanha por baixo, passar pelo Abrigo Cosmiques e iniciar a travessia a partir do Abrigo Simond.
A escalada começa fácil. Fácil para quem está acostumado a escalar rocha com crampons aos pés. A classificação francesa de 4c é algo como 3° grau brasileiro, então é sussa, desde que você use bem os crampos e o piolet em fendas. Esse drytooling será um bom exercício para quem está começando a escalar rotas alpinas e vai te dar a segurança para os trechos mais chatos que estão no final da escalada, quase no topo.
Levamos uma corda e um jogo de friends. No meio da aresta, há dois rapéis, então é necessário levar uma corda de mínimo, 40m. O trajeto leva em torno de 3 horas se você for curtindo e não houver muito congestionamento, pois a via é bem bonita, fácil e por conta disso, bem procurada.
Além do equipamento básico para gelo: Crampons e piolet, é importante que você escale leve, com uma mochila que não lhe atrapalhe os movimentos (gosto da linha Guide da DEUTER, e a Ana usou uma Espectro 28), e use o sistema de camadas para se vestir, podendo colocar e retirar roupas conforme a temperatura mude. Nesta escalada, usei uma calça apenas (sem segunda pele, pois a previsão era de tempo bom), camiseta de segunda pele X-Thermo Air manga longa (te mantém seco do suor, e protege dos raios UV), levei também uma jaqueta Warm Up de penas da SOLO e anoraque Tempest completo (calça e jaqueta) guardados na mochila, just in case da “casa cair”. Luvas e boas meias são essenciais.
Eliseu Frechou
Guia de montanha e instrutor de escalada. Iniciou no esporte em 1983 e desde então se dedica ao montanhismo e à escalada tempo integral atuando em diversos segmentos, mas principalmente na organização de expedições, produção de documentários e filmes.
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