Utah 2022 – Moab e Fisher Towers

Utah 2022 – Moab e Fisher Towers
As Fisher Towers, Utah

As Fisher Towers, Utah. O camping fica ao pé das torres.

Há lugares que você sonha há muito tempo em visitar, mas sem esperanças de se realmente conseguirá vivenciar o sonho, ou a vontade ficará para a próxima encarnação. Conhecer as Fisher Towers era para mim, um desses lugares.

No início deste ano a Tatiana Batalha, para minha surpresa, assuntou sobre as escaladas em Utah, e se daria para escalarmos lá após minha temporada em Yosemite. Yeah! Então que, após 22 dias em Yosemite, parti para Slt Lake city me encontrar com ela e pegarmos um motorhome que ficaria comigo e a Ana após a Tati retornar ao Brasil.

O estado de Utah é cheio de grandes points de escalada das mais diversas rochas e estilos.  Também pode-se sair do deserto e em pouco tempo, estar em um ambiente quase alpino. É essa diversidade que fez com que grandes escaladores e empresas do universo outdoor mudassem para lá. O estado é muito desenvolvido e as estradas bem pavimentadas e sinalizadas. Com o motorhome era grande, tipo uma nave, e com ele poderíamos parar quase que em qualquer lugar e planejarmos a mudança de lugares conforme nos conviesse, o que alpém do conforto, se mostrou mais econômico do que alugar um caroo, mais eventuais custos de hotel e refeições.

A Enterprise no Arches National Park

O motorhome que apelidamos de Enterprise no Arches National Park

Na chegada em Moab, cidade que ficou sendo nossa base, encontramos a Gisely Ferraz, escaladora brasileira que reside há anos nos EUA e trabalha com escalada, sendo patrocinada por grandes marcas americanas. Gi foi nossa fonte de informação e inspiração para continuarmos na luta de um dia, escalarmos fendas tão bonito quanto ela. Siga ela no Instagram: https://www.instagram.com/brazilianclimbergirl/ 

Gisely Ferraz

Gisely Ferraz

O primeiro point que paramos foi Potash road, uma falésia gigante a beira de uma estrada asfaltada, distante uns 6km de Moab. a falésia segue o rio Colorado, e se você estiver afins de um mergulho, basta cruzar a estrada. A grande maioria das vias seguem fendas, mas existem vias protegidas totalmente com chapeletas. Todas as bases são preparadas para rapel, com dois ou três chapeletas e correntes. Do outro lado do rio, há outra estrada e mais falésias, que embora não tão imponentes como a muralha de Wall Street, tem sobra pela manhã, quando Potash está no sol.

Rio Colorado, Potash road e Wall Street

Rio Colorado, Potash road e Wall Street

Antonio Paulo Faria numa das vias de Wall Street

Antonio Paulo Faria numa das vias de Wall Street.

Uma das vias esportivas, num canyon adjacente a Potash Road.

Uma das vias esportivas, num canyon adjacente a Potash Road.

A Tati encanou de escalar a via Ancient Art, e a Gi botou pilha e foi conosco e o Antonio Paulo um dia antes para dormirmos no camping com a ideia de descermos da via antes do meio dia.

Acordamos as 04h00 e após um rápido café, partimos emn direção a torre de arenito na qual estava a famosa via. Gisely e Antonio Paulo foram na frente, Tati e eu atrás. A primeira enfiada é um misto de escalada fácil, com um trecho estranho em conglomerado (quando existem seixos incrustados no arenito) o qual passamos em artificial para poupar tempo e fugir do sol que logo chegaria onde estávamos. A segunda enfiada é uma chaminé bem arenosa, as proteções são esquisitas, muitas não aguentam uma queda, então é necessário muito cuidado nesse trecho.

Início da trilha de 40min até a base da Ancient Art, com o Castle valley ao fundo.

Início da trilha de 40min até a base da Ancient Art, com o Castle valley ao fundo.

Antonio Paulo e Gi, na base da Ancient Art.

Antonio Paulo e Gi, na base da Ancient Art.

Segunda enfiada. Bem estranha!

Tati e eu na segunda enfiada. Bem estranha! Imagem Gisely Ferraz

A terceira enfiada é curta, com um lance de boulder no final. Dali, segue um escalador por vez, numa travessia até o topo do sorvete que é a foto clássica da via. Não é possível subir mais de uma pessoa, nem rapelar do topo. É necessário desescalar até a terceira parada.

Tati e Gi na terceira parada

Tati e Gi na terceira parada.

Tati subindo a quarta enfiada.

Tati subindo a quarta enfiada.

Gi no topo da quarta enfiada. Imagem A.P.Faria

Topo da quarta enfiada. Imagem A.P.Faria

 

 

Eliseu Frechou

Eliseu Frechou

Guia de montanha e instrutor de escalada. Iniciou no esporte em 1983 e desde então se dedica ao montanhismo e à escalada tempo integral atuando em diversos segmentos, mas principalmente na organização de expedições, produção de documentários e filmes.


Tags assigned to this article:
Estados UnidosEUAUtah

Related Articles

Expedição Lotus Flower Tower – o topo e a volta

Após o platô do Bivaque, como é conhecido este que é único platô realmente decente de toda a via, a

Escalada da Pedra Riscada

Escalar a Pedra Riscada, definitivamente, não é tarefa fácil. Na semana passada estive em São José do Divino pela terceira

Uma conquista brasileira no Monte Roraima

POR QUATRO ANOS SONHEI como uma criança em escalar a parede do monte Roraima. Localizado na floresta amazônica, entre o

No comments

Write a comment
No Comments Yet! You can be first to comment this post!

Write a Comment