by Eliseu Frechou | 9 de novembro de 2022 17:43
Há lugares que você sonha há muito tempo em visitar, mas sem esperanças de se realmente conseguirá vivenciar o sonho, ou a vontade ficará para a próxima encarnação. Conhecer as Fisher Towers era para mim, um desses lugares.
No início deste ano a Tatiana Batalha, para minha surpresa, assuntou sobre as escaladas em Utah, e se daria para escalarmos lá após minha temporada em Yosemite. Yeah! Então que, após 22 dias em Yosemite, parti para Slt Lake city me encontrar com ela e pegarmos um motorhome que ficaria comigo e a Ana após a Tati retornar ao Brasil.
O estado de Utah é cheio de grandes points de escalada das mais diversas rochas e estilos. Também pode-se sair do deserto e em pouco tempo, estar em um ambiente quase alpino. É essa diversidade que fez com que grandes escaladores e empresas do universo outdoor mudassem para lá. O estado é muito desenvolvido e as estradas bem pavimentadas e sinalizadas. Com o motorhome era grande, tipo uma nave, e com ele poderíamos parar quase que em qualquer lugar e planejarmos a mudança de lugares conforme nos conviesse, o que alpém do conforto, se mostrou mais econômico do que alugar um caroo, mais eventuais custos de hotel e refeições.
Na chegada em Moab, cidade que ficou sendo nossa base, encontramos a Gisely Ferraz, escaladora brasileira que reside há anos nos EUA e trabalha com escalada, sendo patrocinada por grandes marcas americanas. Gi foi nossa fonte de informação e inspiração para continuarmos na luta de um dia, escalarmos fendas tão bonito quanto ela. Siga ela no Instagram: https://www.instagram.com/brazilianclimbergirl/ [1]
O primeiro point que paramos foi Potash road, uma falésia gigante a beira de uma estrada asfaltada, distante uns 6km de Moab. a falésia segue o rio Colorado, e se você estiver afins de um mergulho, basta cruzar a estrada. A grande maioria das vias seguem fendas, mas existem vias protegidas totalmente com chapeletas. Todas as bases são preparadas para rapel, com dois ou três chapeletas e correntes. Do outro lado do rio, há outra estrada e mais falésias, que embora não tão imponentes como a muralha de Wall Street, tem sobra pela manhã, quando Potash está no sol.
A Tati encanou de escalar a via Ancient Art, e a Gi botou pilha e foi conosco e o Antonio Paulo um dia antes para dormirmos no camping com a ideia de descermos da via antes do meio dia.
Acordamos as 04h00 e após um rápido café, partimos emn direção a torre de arenito na qual estava a famosa via. Gisely e Antonio Paulo foram na frente, Tati e eu atrás. A primeira enfiada é um misto de escalada fácil, com um trecho estranho em conglomerado (quando existem seixos incrustados no arenito) o qual passamos em artificial para poupar tempo e fugir do sol que logo chegaria onde estávamos. A segunda enfiada é uma chaminé bem arenosa, as proteções são esquisitas, muitas não aguentam uma queda, então é necessário muito cuidado nesse trecho.
A terceira enfiada é curta, com um lance de boulder no final. Dali, segue um escalador por vez, numa travessia até o topo do sorvete que é a foto clássica da via. Não é possível subir mais de uma pessoa, nem rapelar do topo. É necessário desescalar até a terceira parada.
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