Proteções perigosas e como identificá-las?
Ao escalar muitas vias equipadas com chapeletas, noto que nem sempre o conquistador – ou equipador – conhecia a forma correta de instalar este tipo de proteção, e muitas vezes, sequer a posição correta de apertar a chapeleta no spit ou parabolt. Uma chapeleta apertada fora de prumo, ao receber o impacto de uma queda – ou mesmo apenas o peso do escalador, tende a torcê-la no sentido de abertura, geralmente afrouxando o aperto da porca.
Outro erro comum e que ocasiona a diminuição da resistência da proteção é instalar o grampo fora do ângulo de 90° com a rocha.
Lógico que há casos mais estranhos ainda, onde para tentar consertar instalações como prumo ou profundidade insuficiente, o escalador usou de artifícios como colas ou resinas, e até durepoxi, como se estivesse fazendo algum tipo de artesanato na rocha.
É importante que ao escalar uma via, você se mantenha atento se o parafuso das chapeletas está apertado – ou se não pelo menos no final da rosca. E se os spits estão na posição correta de ângulo e profundidade. No caso dos parabolts, que são mais resistentes, estas falhas são menos preocupantes, mas mesmo assim, estes detalhes devem ser observados pois a resistência será melhor e a manutenção mais distante.
Outro erro comum, é o uso de arruelas. Estas são as grandes iniciadoras de ferrugem e em nada acrescentam à resistência do sistema. Se o equipador usa a arruela para evitar arranhar a chapeleta na ocasião da expansão do parabolt, o que é recomendado, deve retirá-la após a expansão do parabolt e deixar apenas a porca em contato direto com a chapeleta.
Eliseu Frechou
Guia de montanha e instrutor de escalada. Iniciou no esporte em 1983 e desde então se dedica ao montanhismo e à escalada tempo integral atuando em diversos segmentos, mas principalmente na organização de expedições, produção de documentários e filmes.
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