Rolê de Volvo verde pela Califa

Rolê de Volvo verde pela Califa

Na década de 90, a melhor opção para quem viajava para os EUA e precisava de um carro por mais de um mês, era simplesmente comprar um carro velho, quer dizer, meia-vida, usá-lo e depois simplesmente largá-lo no estacionamento do aeroporto. Com certeza essa estratégia lhe pouparia metade da grana que seria gasta ao alugar um carro pelo mesmo período. Se você conseguisse vender a barca no final da trip, sairia quase lucrando.

Ok, tava precisando de um trato na lataria, mas cumpria a missão.

Ok, tava precisando de um trato na lataria, mas cumpria a missão.

Assim, quando em 98, Marcio Bruno, Fábio Vallada e eu resolvemos passar uma temporada no Yosemite Valley, chegando em San Francisco fomos direto para a Market Street e nos tornamos sócios de um lindo Volvo verde. Meu! carrão pra época, saimos de bacanas. Porta-malas gigante (tipo Del Rey), que não fechava, mas passamos numa loja de ferragens e compramos uma corrente e um cadeado de responsa que resolveu o problema. Fomos descobrir depois que o limpador de parabrisa também não funcionava, o que foi rapidamente resolvido com dois pedaços de cordelete, e os co-pilotos trabalhando em sincronia para assim, o bólido atravessar as tempestades em segurança.

 

Quando descemos da "Plastic Surgery Disaster", Kevin Thaw e Conrad Anker vieram nos conhecer no Camp $, e troxeram uma garrafade vinho pra nos parabenizar pela ascensão. Note a corrente que fechava o porta-malas. Ahahaha.

Quando descemos da “Plastic Surgery Disaster”, os ícones Kevin Thaw e Conrad Anker vieram nos conhecer no Camp 4, e troxeram uma garrafade vinho pra nos parabenizar pela ascensão. Note a corrente que fechava o porta-malas. Ahahaha.

O Volvão infelizmente não teve uma boa cotação na venda, pois o MB deu uma vacilada numa noite, deixando um frasco de shampoo de maçã verde no banco de trás, o que atraiu um urso que quebrou o vidro lateral para averiguar se o perfume do shampoo não era na verdade, uma deliciosa torta. Dos US$ 600 pagos na loja, o Fábio acabou angariando pouco mais de 200 doletas, mas já valeu bem a pena dar um rolezão com o possante durante aqueles dias na Califa.

Marcio Bruno embaixo da "Devil's Brow" arrumando as tralhas as 4 da manhã, lá pelo meio da "Plastic Surgery Disaster" VVI 5.8 A5, El Capitan.

Marcio Bruno embaixo da “Devil’s Brow” arrumando as tralhas as 4 da manhã, lá pelo meio da “Plastic Surgery Disaster” VI 5.8 A5 – El Capitan.

Eliseu Frechou

Eliseu Frechou

Guia de montanha e instrutor de escalada. Iniciou no esporte em 1983 e desde então se dedica ao montanhismo e à escalada tempo integral atuando em diversos segmentos, mas principalmente na organização de expedições, produção de documentários e filmes.


Tags assigned to this article:
Marcio Bruno OliveiraYosemite

Related Articles

Agulhas del Frey – Escaladas na Patagônia argentina

Três dias após retornar da Chapada Diamantina, com um calor constante de 40°C, encontro com o Rogério Jorge em São

Escalada do Monte Roraima no Fantástico

Conquista de uma rota brasileira nos confins da floresta amazônica

Aiguille du Midi – Alpes 2014

Estar nos Alpes é o desejo de qualquer montanhista. Meu interesse pela escalada e o sonho de um dia ser

No comments

Write a comment
No Comments Yet! You can be first to comment this post!

Write a Comment