Guias de Escalada do Baú e Região 1989-2021
Publicar durante 30 anos o jornal Mountain Voices, iniciar a revista Headwall, editar guias de escalada do Baú, Itatiaia e Cipó, foram algumas das minhas aventuras como editor outdoor, e uma das que eu mais me orgulho de poder ter realizado, pois além de envolver pessoas chave nas comunidades e empresários engajados com o crescimento da atividade, e dos processos gráfico e de criação me serem um grande prazer, publicações impressas depois de um tempo, passam a ser documentos, ao contrário da mídia eletrônica, que carece muitas vezes de longevidade e credibilidade (pode ser apagada ou modificada), e ainda esbarra no vários formatos e linguagens que podem simplesmente nos impossibilitar de acessar livros, filmes ou informações, por pura incompatibilidade tecnológica. Você acha que estou viajando? Durante os nove anos que trabalhei na ESPN, dos quais mantendo um blog nos últimos cinco, perdi várias vezes o conteúdo por mudança na plataforma que ora estava no site de um parceiro que usava programação .html, e no ano seguinte noutro que usava .dhtml ou no qual os vídeos ou o antigo .js não funcionavam… e eu perdi vários textos deste período. Parece estranho eu reclamar da mídia eletrônica num site, mas é a verdade. O dia em que eu parar de pagar o servidor de hospedagem, este site simplesmente deixará de existir, e ao tentar acessá-lo, aparecerá uma tela “404 not found”
Enfim, eu não sou traça, mas gosto de papel. E enfeita a estante 😊
Em 1989 Hugo Armelin fez a primeira copilação de vias de escalada da Pedra do Baú. Juntou duas dezenas de croquis, xerocou e grampeou-os. Esta foi a nossa primeira fonte de informação sobre as escaladas desta região. Logo na sequência Hugo se mudou para o Canadá e abandonou o projeto.
A primeira edição do Guia de Escaladas da Pedra do Baú que eu editei foi de 1991. Eram simples xerox A4. Eu desenhava os croquis com canetas de nanquim, editava os textos em uma máquina IBM Composer, legendas na máquina de escrever Olivetti e depois fazia as colagens dos textos na folha do croqui. E escrevia o nome da via com pincel atômico. Assim gerava as matrizes que seriam posteriormente xerocadas.
A encadernação não existia, era apenas uma pasta de plástico onde as folhas das vias podiam ser destacadas e levadas para a escalada.
Este formato durou vários anos, pois como as novas vias podiam ser acrescentadas facilmente, não era necessário se preocupar com grandes atualizações. Cada vez que uma via era aberta, eu acrescentava mais uma folha na pasta.
SEGUNDA EDIÇÃO
Em 1995, saiu a segunda edição, em formato A5 e 60 vias. Com impressão ainda em xerox, contava com 60 vias. Um ano após, lancei a 2.1 com 80 vias. Esta edição expandiu os limites para além do Bauzão, e lugares como Quilombo (com as primeiras vias de oitavo grau de São Bento), Vista Aérea, Pedra da Divisa e Blocos dos Serranos começaram a dividir espaço com o Conjunto Pedra do Baú.
TERCEIRA EDIÇÃO
A terceira edição trouxe 100 vias, aparecendo mais lugares inéditos e setores que se tornariam sucesso de público, como o “Falésias” e o “Tetos” da Pedra da Divisa.
QUARTA EDIÇÃO
Esta atualização é de 2001 Ainda no sistema xerox e A5, teve mais 30 vias acrescentadas e com uma tiragem considerável que me fez repensar o sistema xerox versus impressão para a próxima edição. Nessa época comprei uma impressora laser que ajudou a melhorar os croquis. As folhas eram escaneadas e eu editava o texto direto na página, acabando com a era da colagem.
QUINTA EDIÇÃO
A quinta edição deu um salto de qualidade. Impressa em 2005 no formato de bolso A6, 96 páginas em papel couchê com miolo PB e capa colorida. Em uma viagem à Espanha eu conheci uma série de guias nesse formato lançado pela editora Desnivel. Escalei em Montserrat e Siurana com eles e os achei muito práticos, tanto que copiei a ideia. Foi o primeiro deste estilo no Brasil, e neste tamanho apareceram guias de muitos outros lugares nos anos seguintes, consagrando a praticidade.
SEXTA EDIÇÃO
Lançada em dezembro de 2011. Formato A6 e 128 páginas. Mais setores esportivos, e de boulders. Também foi uma edição em que começaram a aparecer lugares mais distantes de São Bento, que por terem melhorado o acesso no passar dos anos, com estradas melhores, passaram a ser mais visitados pelos escaladores que moravam ou frequentavam São Bento.
SÉTIMA EDIÇÃO
Lançado em 2015, ainda no formato de bolso, mas com os croquis PB e as imagens de escalada coloridas. Tinha 128 páginas e 360 vias. Já esgotado, assim como as edições anteriores, quem tem guarda como resistro histórico de vias e lugares atualmente fechados e que não foram publicados na nova edição, mas que um dia podem reabrir antes da atualização de uma nova edição.
Nesta sétima edição, a Falésia do Romão e novas áreas de boulders são as novidades.
OITAVA EDIÇÃO
Lançada em outubro de 2021 no formato A5, esta edição tem 144 páginas e conta com mais de 430 vias selecionadas. O hiato de 6 anos desde a sétima edição se deu por conta da pandemia, que atrasou em um ano e meio a publicação deste guia.
Nesta versão os croquis, assim como as imagens, são coloridas. Estiquei um pouco mais o braço e fui até a Pedra de São Domingos, o que hoje em dia, fica a pouco mais de 1 hora de São Bento e é um lugar que merece atenção há tempos. Apareceram muitos setores interessantíssimos desde 2015, como o lado mineiro da Pedra da Divisa, a falésia D. Expedita, Pedra Chata e muitas outras novas vias no complexo Baú.
Passei assim como nas duas edições anteriores, uma linha de corte apurada nas vias selecionadas. Vias que não se tormaram populares por algum motivo: rocha de má qualidade, muita vegetação no trajeto, grande exposição, proteção inadequada, lugares fechados pelos proprietários ou vias abertas em locais em desacordo com a legislação ambiental, ética local (vide Seminário de Mínimo Impacto de 2009), com nomes ofensivos ou referências mal intecionadas, não merecem o papel usado para imprimí-las e muito menos eu irei dar espaço para atitudes erradas ou discursos de ódio. E há o caso de pessoas que preferem divulgar seus trabalhos na internet, somente entre amigos…
E a minha via? A cada nova edição recebo essa pergunta várias vezes. Importante frizar que o editor que vos escreve não adivinha que novas vias foram abertas. Então eu dependo que os conquistadores me enviem as informações e croquis detalhados de suas rotas para que sejam publicados. Eu preciso além do nome da via, um croqui detalhado, data de conquista, nome dos conquistadores, equipamento necessário, como é o rapel e como acessar a base. Fotos de boa qualidade são bem-vindas, imagens de celular não servem para impressão, nem perca tempo enviando. Se você abriu uma nova linha, por favor me envie (via email frechou@montanhismus.com.br) o quanto antes essas informações – ou não reclame depois!
QUERO!
Para adquirir a oitava edição, por favor:
1. Faça um PIX no valor de 80,00 (correio registrado incluso) para
CPF 14270464844 – Eliseu Frechou – NU Bank
Ou use o QR code abaixo
2. Envie um e-mail para frechou@montanhismus.com.br com o comprovante de depósito e seus dados:
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Cidade e Estado
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Eliseu Frechou
Guia de montanha e instrutor de escalada. Iniciou no esporte em 1983 e desde então se dedica ao montanhismo e à escalada tempo integral atuando em diversos segmentos, mas principalmente na organização de expedições, produção de documentários e filmes.
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