Valle de los Cóndores – Chile
Daí que a Dra. Ana soltou no almoço: “Vamos pro Chile?” Ahhhh meu! Perguntar pra pobre se quer dinheiro é até sacanagem. O Luciano Fernandes do Blog dEscalada havia acabado de soltar uma matéria sobre o Valle de los Cóndores e numa visita ao abrigo, me falou muito sobre o lugar que fica no centro do Chile, quase fronteira com a Argentina. Demos uma busca sobre o lugar, consegui mais infos com a @greicedesign no insta e depois de assistirmos um vídeo que o Luciano nos aconselhou, deu muita vontade de ir pro point e escalar naquela rocha basáltica tão estranha.
Após uma rápida passagem por Santiago, seguimos na mesma tarde para Talca, metade do caminho. Ficamos numa pequena pousada e no dia seguinte fizemos supermercado, já imaginando que esta seria a última chance de podermos escolher melhor o que iríamos comer nos próximos dias. Nesta época (início de maio) os dias amanhecem depois das 07h30. Após fazermos compras e abastecermos o carro (não sabíamos, mas o posto de gasolina no km 40 é o último até o Valle, que fica no km 135), partimos para mais 4 horas de estrada. Linda estrada!
Perto do km 130 as paredes em formação de cânion já começam a se mostrar. A entrada é logo após a guarita da obra da usina hidrelétrica. Se você estiver com carro alto, rolas acampar na frente da Grande Parede e perto do abrigo. Se seu carro é baixo, siga pela estrada e não entre em lugares onde não tenha certeza de conseguir sair.
Não havia água perto dos pontos de acampamento nos dias em que ficamos lá. Os rios estavam secos e foi só no segundo dia que conseguimos descobrir onde apanhar água corrente – num riacho que cruza a estrada logo após a guarita da mina e forma a Cascata Invertida.
Nossas impressões sobre as escaladas, a rocha e tudo o mais, a Ana vai escrever na edição #162 do Mountain Voices, então não serei redundante. Assim que o jornal for impresso, coloco o link aqui.
O croqui do Valle de los Cóndores pode ser baixado no link http://www.guiaescaladachile.com/2011/11/valle-de-los-condores.html
Dica? Leve roupas de frio pouco volumosas, pois você terá de escalar com elas mesmo nos dias de sol, pois o vento andino se faz presente.
Se for escalar rotas tradicionais. Leve luvas e várias peças médias na faixa de 1 e 2” repetidas. Leve umas grandes também, entre 4 e 6”. Prefira, sempre que possível, nuts a cams pois a rochas as vezes é escorregadia.
Se for possível, leve água para beber de outro lugar, pois é melhor do que confiar na qualidade da água dos rios. Não há banheiro no lugar, leve pá, e enterre seus dejetos para evitar contaminação dos rios.
Faça uma boa compra e abasteça seu carro em Talca e depois no km 40. Lá não tem nada perto. La Mina fica a 35km e apesar de ter pequenos restaurantes e pousadas, não tem gasolina.
Pegue infos do lugar com os locais que porventura encontrar. Achar a descida para El Salto e outros setores mais engrotados não é fácil e lhe consumirá algumas horas de caminhada e muitas calorias.
Agradecimentos às marcas:
DEUTER – Mochilas e sacos de dormir
TRANGO – Costuras, proteções e freios
SEA TO SUMMIT – Sacos estanque e acessórios de cozinha
CAMELBAK – Garrafas e térmicas
Eliseu Frechou
Guia de montanha e instrutor de escalada. Iniciou no esporte em 1983 e desde então se dedica ao montanhismo e à escalada tempo integral atuando em diversos segmentos, mas principalmente na organização de expedições, produção de documentários e filmes.
Related Articles
Rotas históricas e moderadas em Yosemite – Manure Pile
É bem provável que nunca saibamos quem realmente descobriu o Manure Pile (Monte de Esterco) como um objetivo de escalada.
Nova rota na cachoeira do Tabuleiro
Em quatro dias de trabalho em solitário, uma nova via foi criada na imponente parede direita da Cachoeira do Tabuleiro,
Califórnia 2017 – parte I – Mount Whitney
A temporada deste ano na Califórnia foi um pouco menos seca do que no ano passado. O plano para setembro