Travessia da Serra Fina – até a Pedra da Mina e Ruah

by Eliseu Frechou | 20 de maio de 2013 15:35

Chegando na cachoeira Vermelha[1]

Chegando na cachoeira Vermelha

Em 2009 tentei fazer a travessia integral da Serra Fina, mas uma chuva persistente de dois dias atrasou demais nosso grupo e fez a caminhada deixar de ser prazerosa para se tornar numa corrida em busca do próximo ponto de abrigo. Uma noite fria na Pedra da Mina nos fez querer descer, e acabamos abortando e retornando pelo Paiolinho. A travessia completa ficou para uma próxima vez. Semana passada foi a ideal para desengasgar esta tarefa.

Início da caminhada, no rio perto da Toca do Lobo[2]

Início da caminhada, no rio perto da Toca do Lobo

Acampamento no Capim Amarelo[3]

Acampamento no Capim Amarelo

 

O amigo e vizinho Waldir Joel já havia feito este trekking várias vezes, e queria repeti-lo em comemoração aos seus 30 anos de montanhismo. Combinamos então a pernada e apesar de convidar vários amigos com antecedência, foi a Nena Alava que, apenas um dia antes, resolveu entrar no grupo.

Saindo de Campos do Jordão, chegamos no início da caminhada, meia hora antes da Toca do Lobo, as 22h30 e logo seguimos até o Capim Amarelo, onde chegamos as 02h20 em meio a uma ventania muito forte.

Waldir Joel, 30 anos de montanhismo e uma cargueira 80l nas costas[4]

Waldir Joel, 30 anos de montanhismo e uma cargueira 80l nas costas

Neblina constante durante as manhãs[5]

Neblina constante durante as manhãs

 

O dia começou tarde. Saímos as 08h15. Decidimos fazer apenas mais um pernoite, pois a previsão de mudança de tempo para dali dois dias era um bom incentivo para tentarmos fazer todo o rolê secos.

A caminhada até a Pedra da Mina é bem abrupta, com trechos chatos de bambus que fecham a trilha, agarrando na mochila e fazendo o montanhista exercitar a paciência para não dizer muitos palavrões.

Chegamos à Pedra da Mina logo as 15h00. Assinamos o livro e para nossa felicidade, o tempo se abriu espetacularmente, mostrando toda a majestade da Serra da Mantiqueira. Como a ventania persistiu, demos um tempo pras pernas se recuperarem e partimos. A idéia era dormir no Vale do Ruah, onde há água (raridade nesta caminhada) e é distante 4 horas do Pico Três Estados.

Topo da Pedra da Mina.[6]

Topo da Pedra da Mina.

Demoramos para achar a trilha que sai do rio, e chegamos já no escuro e com a ajuda do GPS no acampamento #18. Graças ao tracklog que o Luiz Gambá me dera anos atrás, nos orientamos corretamente em vários pontos de indecisão. A trilha percorre sempre cristas, mas nem por este motivo é de fácil orientação, e se a neblina cair, a falta de visibilidade será um grande problema. Melhor garantir e levar um oráculo, digo, um GPS.

 

Seguindo o rio do Ruah, último ponto para pegar água até o final do trekking[7]

Seguindo o rio do Ruah, último ponto para pegar água até o final do trekking

Dicas:
+ fazer o trecho da Toca do Lobo até o Capim Amarelo, que é 90% de subida, a noite foi bem menos desgastante do que durante o sol do dia.
+ use uma mochila baixa, cargueiras altas vão lhe fazer querer desistir de caminhar.
+ Leve gorro, o vento é constante em toda a trilha e vai incomodar seus ouvidos se você não os proteger. Óculos também são um bom acessório para proteção da retina.

 

 

Endnotes:
  1. [Image]: https://eliseufrechou.com.br/wp-content/uploads/2013/05/DSC_3302.jpg
  2. [Image]: https://eliseufrechou.com.br/wp-content/uploads/2013/05/DSC_3190.jpg
  3. [Image]: https://eliseufrechou.com.br/wp-content/uploads/2013/05/DSC_3202.jpg
  4. [Image]: https://eliseufrechou.com.br/wp-content/uploads/2013/05/DSC_3206.jpg
  5. [Image]: https://eliseufrechou.com.br/wp-content/uploads/2013/05/DSC_3204.jpg
  6. [Image]: https://eliseufrechou.com.br/wp-content/uploads/2013/05/DSC_3488.jpg
  7. [Image]: https://eliseufrechou.com.br/wp-content/uploads/2013/05/DSC_3574.jpg

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